domingo, 1 de agosto de 2010

Números

Palavras nos causam impressões e sentimentos
Decodificando mentes e sonhos
Os números, porém, também o fazem
Penso no 2, quero pular o 1 e o 0
Afastando solidão e vazio
A menos que eu precise meditar
2 é bom, 3 é demais, segundo nossa cultura monogâmica
Mas também não é bonito egoísmo e preconceito
Números não têm preconceitos
Também não são egoístas
Dão-se as mãos rumo ao infinito
Convidando, generosos, antecessores e sucessores
E aqui também se incluem os negativos
Formando conjuntos naturais e inteiros,
Vão se reproduzindo em racionais e irracionais
Sem esquecer dos que não pertencem aos reais
As palavras não provam nada, enquanto números são símbolos universais
Eles atravessam gerações e fronteiras, sem língua nem cultura escravizada ou patriótica
Sem guerras por domínio de poços e territórios
Resultados numéricos são encontardos sem fusos, latitudes, longitudes ou continentes
Sem bandeira, os números cantam um hino único,
Assim como as notas musicais se transformam em melodias que dispensam traduções
A ciência explica o Universo através de números
Enquanto o poeta, mesmo depois de muitas obras publicadas e merecidos best sellers
E grandes prêmios literários
Ainda tenta entender o que acontece em seu coração quando ama.

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